Abril trágico: 5 MCs que morreram no mês mais triste para o funk

O mês de abril é de tristeza e luto no funk paulista. 5 MCs e um DJ que deram o pontapé inicial para o funk estar como está hoje morreram antes de ver o crescimento do gênero no estado.

Todas as mortes ocorreram entre 2009 e 2012. Os nomes que deixaram esse mundo precocemente foram Zói de Gato, Felipe Boladão e DJ Felipe, Duda do Marapé, Primo e Careca, que, entre a capital e a Baixada Santista, fizeram história no funk. 

MC Zói de Gato

Denner Augusto, mais conhecido como MC Zói de Gato foi o único que, entre esses, não foi assassinado. Ele se envolveu em um acidente de carro após realizar um show no baile da Maria Mariah, em Parelheiros, Zona Sul de São Paulo. Sua morte foi na noite do dia 9 de abril de 2009.

O cantor tinha apenas 16 anos e já era considerado como um enorme talento do funk, mas seu sucesso relâmpago foi interrompido precocemente. Entre os sucessos do cantor, se destaca a música “Fábrica de Bico” e “Amor só de Mãe”, relembre:

Felipe Boladão

Felipe Wellington, mais conhecido como Felipe Boladão, morreu no dia 10 de abril de 2010, ao lado do DJ Felipe Silva Gomes, ambos tinham 20 anos. Os dois esperavam por um carona para fazer um show em São Paulo quando foram assassinados a tiros na Baixada Santista. 

Nenhum suspeito foi encontrado por sua morte e o caso foi arquivado sem solução.

Felipe era famoso por suas composições e seu jeito alegre de viver a vida. Em 4 anos de carreira, ele emplacou diversas músicas que, até hoje, são lembradas e servem de inspiração para os MCs da nova geração. 

As músicas com mais destaque do funkeiros foram “Quero do Boldo” e “A Viagem”.

MC Duda do Marapé

Eduardo Antônio Lara, o Duda do Marapé, foi assassinado no dia 12 de abril de 2011, quando estava em uma escadaria da cracolândia de Santos. O cantor estava envolvido com as drogas e passava por um período nebuloso em sua vida, quando foi atingido por 9 disparos. 

A morte do cantor não teve nenhum suspeito indiciado e o caso foi arquivado sem conclusão.

Duda tinha 27 anos e deixou 2 filhas pequenas.

Duda do Marapé foi um dos compositores mais geniais da história do funk, sendo, até hoje, uma das maiores inspirações para os MCs – MC Hariel, por exemplo, tem Duda como sua maior inspiração. Os que chegaram a conhecer Duda dizem que ele era um homem simples e que só queria cantar para dar orgulho para a sua quebrada, o morro do Marapé, em Santos.

O seu maior sucesso é a música “Lágrimas”, que foi escrita enquanto o cantor estava na Febem (Fundação Casa), confira:

MC Primo

Jadielson da Silva Almeida, o MC Primo, foi morto no dia 19 de abril de 2012, aos 27 anos, atingido por tiros enquanto estava em frente a casa onde morava com sua família, em São Vicente, litoral de São Paulo. 

Ninguém foi apontado como suspeito no caso e ele foi arquivado anos depois. 

MC Primo foi um dos pioneiros do funk paulista, com suas letras que aproximavam o rap e o funk. Ele tinha a intenção de propagar ainda mais o gênero no estado. Primo era apontado como um homem de muita humildade e personalidade única. 

O seu principal sucesso foi a música “Diretoria”, um dos maiores hits nacionais do funk e que expandiu muitos horizontes para o gênero:

MC Careca

O último MC morto na onda de assassinatos de abril foi Cristiano Carlos Martins, o MC Careca. Ele foi assassinado com tiros no rosto no dia 28 de abril de 2012, 9 dias após a morte do MC Primo. A morte aconteceu em Santos e, assim como as outras mortes, ainda não teve nenhum suspeito identificado.

Careca ficou famoso por sua dupla com o MC Pixote. Os dois fizeram vários shows na Baixada Santista que marcaram época no funk. As músicas dos dois eram fortes relatos da realidade em que viviam, trazendo muita ação aos shows. Careca também apostava no proibidão, o que fez seu público aumentar muito.

Com Pixote, seu maior sucesso foi “E Se Mexer com Nós”, que até hoje é presente nos shows de outros MCs. Sozinho, Careca emplacou a música “Tá na Memória”, que homenageia amigos que se foram.