Em 1923, um tênista francês de apenas 19 anos participava de um dos maiores torneios dos Estados Unidos. Esse jogador era René Lacoste, que foi desafiado por seu capitão a ganhar a partida sobre Bill Tilden, lendário tênista americano. Caso vencesse a partida, René iria ganhar uma bela mala de couro de crocodilo, mas isso não aconteceu.
A aposta ficou conhecida mundialmente, o que gerou o apelido de Crocodilo para o francês. 4 anos depois, o artista Robert George desenhou o animal para René, que passou a vestir camisas polo bordadas com o animal no peito, popularizando a marca antes mesmo de sua criação.
Já em 1933, René sofreu de uma forte tuberculose que o fez largar as quadras e partir para uma nova aventura, quando se juntou a André Gillier e fundou a Lacoste. Com o famoso jacaré no peito, a marca foi a primeira a usar o seu logo como estampa, se popularizando entre os esportistas de tênis e golfe.
Em 1970, o Brasil recebeu a sua primeira loja oficial da marca, que já havia se tornado uma grife famosa mundialmente.
Décadas depois, após mudanças no comando e no estilo, a Lacoste se tornou a queridinha entre os funkeiros. Entre as razões, estão a ostentação, a busca por afirmação financeira e por mostrar que mesmo sendo de periferia, é possível vestir as grifes e marcas de luxo que estão presentes nas classes mais altas da sociedade.
Por volta de 2010, com a ascensão do funk ostentação, a marca cresceu ainda mais e foi potencializada nas periferias, principalmente em São Paulo, onde este estilo de funk vivia o seu auge. Tornando o jacaré uma febre e um sonho de consumo pelas quebradas da capital.
Nomes como os dos MCs Neguinho do Kaxeta, Yoshi e Kelvinho foram os que mais participaram desse processo de tornar a marca famosa através do funk.
Entre as músicas que citam a Lacoste, podemos citar “Meu Guarda-Roupa é um Zoológico”, feita pelo MC Yoshi em 2010 e “Avisa lá”, dos MCs Kelvinho e Hariel, em 2018.
Além disso, os clipes que valorizam a grife impulsionam ainda mais a busca por esses kits pelas pessoas das periferias. Afinal, quem não quer andar com um jacaré no peito?