Se o gênero mais escutado do Brasil é o sertanejo, porque não transformá-lo em funk? Essa foi a pergunta que o DJ Lucas Beat fez a si mesmo antes de virar um fenômeno da música brasileira misturando dois dos ritmos que mais atraem o público brasileiro.
Com letras suaves, românticas e um batidão de funk, o artista de 21 anos conseguiu criar uma identificação própria que já virou marca. Ao ouvirmos um “Mandelão de sofrência”, já sabemos que a vinheta ‘DJ Lucas Beat’ está chegando.
E seu sucesso foi tão grande, com músicas como “Alô Ambev”, “Disco Arranhado”, “Vou Falar Que Não Quero” e “Baby, Me Atende”, que ele conseguiu chegar ao topo do ranking das mais escutadas de plataformas de música, como o Spotify.
Já imaginou? Ver uma música de César Menotti e Fabiano, ser regravado pela cantora Malu e depois ganhar um remix com beat de funk, e só esse último chegar na primeira posição das paradas, foi exatamente isso que aconteceu com Lucas Beat e “Disco Arranhado”.
PASSADO DE SONHOS
Mas vamos voltar um pouco para contar a história de Lucas Felipe Narcizo Silva, um jovem que sonhava em ser David Guetta enquanto morava com a mãe em uma Cohab de Presidente Prudente, interior de São Paulo.
“Sempre fui apaixonado por música eletrônica. Vi que tinha muito DJ de fora que trabalhava com isso, produzindo e tocando em festa. Vi nisso uma oportunidade de trabalhar”, contou Lucas, ao G1.
Inicialmente, o DJ começou a se especializar em música eletrônica, mas viu que não teria sucesso ao ver que suas batidas não estavam agradando nem a ele mesmo.
Até que em um dia como qualquer outro, um carro passou em frente à sua casa tocando funk, servindo de gatilho para ele perceber que era naquele ritmo que ele se tornaria o DJ Lucas Beat.
“Na época, eu nem me interessava muito por funk. Mas o carro apareceu tocando funk e o que eu achei interessante é que o beat parecia muito com os elementos que eu usava na eletrônica. Falei: ‘Pô, acho que consigo reproduzir mais ou menos o ‘beat’ no programa”, completou.
No início, ele cobrava cerca de R$20 para produzir uma batida de funk, e foi aumentando. Aos 18 anos, ele já conseguiu um salário mínimo para ajudar a família em casa.
A CHEGADA DO TIKTOK
Após entrar para a produtora Mídia Hits, ele decidiu que não queria mais produzir para outros MCs, mas para si mesmo. Daí então, ele começou a se tornar febre no auge do TikTok e dos challenges do Instagram.
Seu primeiro hit foi “Tuts Tuts Quero Ver”, um remix de Edy Lemond, com o beat do Magrão. Depois, chegou ao sertanejo, misturando a sofrência e o mandelão em “Na Conta da Loucura”, de Bruno e Marrone.
https://www.youtube.com/watch?v=uGlDYEC7EeI
“Nunca pensei que ia dar certo, porque era gosto meu. E acabou que em duas semanas já estava estourada no TikTok. Todo mundo gostou. A galera começou a pedir mais sertanejo com funk, dizendo que ficou massa. Eu nem pensava muito em fazer isso, mas a pedidos fui fazer”, continuou, ainda ao G1.
O forró foi outro estilo que ele adaptou, se tornando um alvo de todos os cantores de brega que, além de lançarem suas músicas no ritmo próprio, queriam uma versão com a mão de Lucas Beat.
Hoje, o DJ ainda mora no interior de São Paulo, ao lado da mãe, e ainda não pensa em ir para a capital.
Sucesso por todo o Brasil e afora, Lucas segue como um fenômeno em seus números no YouTube, Spotify, TikTok e além.
Confira mais do trabalho do DJ Lucas Beat em “Disco Arranhado”: