Diversos artistas do funk divulgaram nessa manhã de quinta-feira(25) que foram surpreendidos pela polícia com mandados de busca e apreensão em suas casas.
Segundo o jornalista Luiz Bacci, a operação policial estaria relacionada a um suposto patrocínio do tráfico de drogas aos MCs. Entre os investigados, até agora estão Hariel, Brinquedo, Ryan SP, Salvador da Rima, Pedrinho e Léo da Baixada.
Mesmo sem mandados de prisão contra eles, Hariel e Pedrinho foram levados à delegacia pra prestar depoimentos sobre a investigação.
Todos os artistas que estão sendo investigados fazem ou fizeram parte da GR6 e, inclusive, o dono da produtora, Rodrigo Oliveira, também foi encaminhado à delegacia para prestar depoimento sobre o caso.
Além dos funkeiros, outras pessoas também estão sendo alvo da polícia nessa operação. Em uma das casas investigadas, foram apreendidos armamentos e drogas com uma mulher ainda desconhecida.
Em comunicado à Jovem Pan, a Secretaria de Segurança Pública (SSP), confirmou a operação, mas não deu detalhes sobre o envolvimento dos MCs na ação. “A Polícia Civil realiza uma operação vinculada a uma investigação sobre tráfico de drogas e associação ao tráfico. Policiais de todas as delegacias seccionais do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (DECAP) estão cumprindo mandados de prisão e de busca e apreensão na capital, região metropolitana e litoral sul de São Paulo”.
O MC Léo da Baixada foi a público em seu Instagram para contar o susto que levou quando teve a casa invadida pela polícia: “Hoje, 5 horas da manhã a polícia civil arrombou a porta do meu apartamento, onde moram comigo meus filhos pequenos (uma delas autista), minha esposa e meus pais e reviraram tudo! Levaram meu celular e meus pertences, até agora eu não entendi direito de tudo isso, pois não tenho envolvimento com nada errado. Desde os meus 14 anos, eu canto funk e, mesmo sem entender ainda, minha família teve que passar por todo esse constrangimento de acordar na maior gritaria, cheio de fuzil e arma na cara. Mas Deus sabe de tudo, Deus vê tudo! Ultimamente está acontecendo várias coisas na minha vida, mas vou ser forte, pois sei que Deus tem um propósito nisso tudo”.
Ryan SP também deu detalhes de quando ficou sabendo que a polícia entrou em seu ex-apartamento buscando por ele: “MC não é bandido! O que é isso, meu Deus? Esta madrugada, a polícia civil foi atrás de mim no apartamento que eu morava atrás de mim falando que eu tenho vínculo ou algo do tipo com coisa erra. Isso não está certo e meus advogados já estão em cima. Tenho certo vamos sair disso. Não sou só eu que estou nisso, tem uma ‘caralhada’ de MC’s envolvidos”.
Outro que falou sobre a investigação foi Salvador: “Hoje de madrugada, os policiais também invadiram a casa da minha sogra, mas eu não estava lá, porque não moro lá. Por que será que tudo isso está acontecendo? A gente só canta, nada mais que isso, MC não é bandido. Se for verdade que existe alguém envolvido com o tráfico, esse alguém não somos nós que escolhemos cantar para não fazer nossas mães chorarem e, principalmente, nunca tivemos ciência de nada desse tipo. Espero que tudo seja esclarecido, essa perseguição está pior do que antigamente, ditadura moderna é o que estamos vivendo”.
Essa é a maior operação policial já feita contra funkeiros no estado. No Rio de Janeiro, nomes como MC Negão da BL e Poze do Rodo já haviam sofrido uma investigação semelhante a esta que está ocorrendo em São Paulo.
Nas redes sociais, diversas pessoas estão se manifestando contra a criminalização do funk e com os dizeres que já estamos cansados de dizer: MC não é bandido.