Muito além de 32 filhos e de uma das vozes mais marcantes do funk proibidão, você sabia que o Mr. Catra era poliglota, rockeiro e quase foi advogado?
No dia 5 de novembro de 1968, Wagner Domingues, o Catra, nascia no Morro do Dende, Zona Norte do Rio de Janeiro, filho da união entre o frentista e passista Manoel Costa e a doméstica Elza Costa.
No entanto, sua vida mudou rapidamente logo que foi adotado pelos patrões de sua mãe, Gracy e Edgard Luiz Pinaud, que lhe proporcionaram uma vida confortável em um casarão no Alto da Boa Vista, área nobre do Rio de Janeiro.
Seu nome artístico veio da rua em que foi criado, a Rua Doutor Catrambi.
Com pais que vieram da Europa, o cantor aprendeu a falar alemão, inglês, grego, francês e hebraico. Além disso, foi Pinaud que Catra chamou de pai a sua vida toda, levantando e passando adiante seus ensinamentos: “Meu pai me ensinou: antes de ser qualquer coisa, você tem de ser homem. Seja homem. E homem não mente, homem não trai, homem não engana. Homem é justo, é sincero, é respeitador”, disse ele em entrevista ao site MdeMulher, da Editora Abril.
Estudando em um colégio de elite e sendo líder de movimentos estudantis, ele ainda chegou a cursar a faculdade de Direito por dois anos, quase se tornando advogado, mas foi na música que ele se encontrou.
Seu início foi em uma banda de rock, chamada ‘O Beco’, onde ele era o guitarrista. Anos depois, ele criou a empresa RapSoulFunk, gravadora onde deu início a sua carreira de funkeiro.
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“O funk é uma crônica do dia a dia, é um movimento cultural que retrata uma fase. É uma escolha de vida. Mas é preciso ter fé, porque o funk é uma bênção de Deus”, dizia Catra.
Seu destaque começou graças ao disco “O Bonde dos Justos”, que continha a música “Vida na Cadeia”, levando o cantor a gravar o CD “O Fiel”, junto à Warner Music.
Mas os maiores sucessos de sua carreira vieram nos anos 2000. “Cachorro” e “Adultério” são alguns deles, além dos incontáveis medleys de proibidão. Como esquecer o famoso ‘pãram, pam pãram pãram pãram’?
Já na década de 2010, Catra colecionou participações marcantes, como nas músicas “Mansão Thug Stronda”, “Soltinha” e “Mama”. Ele ainda esteve ao lado de Neymar e Alexandre Pires na faixa “Kong”.
Referência do funk, ele ainda teve denúncias de apologia ao crime, por conta de suas músicas e, em 2017, foi escolhido para entregar um troféu do 4º Prêmio Sexy Hot, o “Oscar da indústria pornô brasileira”.
Pai de 32 filhos com mais de 15 mulheres, o artista tinha três esposas, mas dizia não ser infiel, pois todas sabiam uma da outra.
Catra ainda dizia que era simpatizante do judaísmo salomônico, em referência ao personagem bíblico Salomão, que teve mais de mil mulheres.
Em dezembro de 2017, ele revelou estar enfrentando um câncer no estômago, quase um ano depois de descobrir a doença durante exames de rotina. Em suas falas, ele disse que acreditava que o tumor se revelou por conta do excesso de álcool ao longo de sua vida e de diversas noites sem dormir.
No dia 9 de setembro de 2018, aos 49 anos, Mr. Catra morreu devido a complicações do câncer.
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