O funk chegou ao Brasil como um porta-voz das comunidades, possibilitando que jovens periféricos expressassem suas vivências, manifestassem injustiças e críticas sociais, e compartilhassem seus sonhos por meio de rimas. Por um bom tempo, os funks mais populares eram apenas cantados por homens. No entanto, as mulheres sempre estiveram presentes neste gênero musical, mesmo que tenham consolidado sua presença mais tarde. Vem com a Sobre Funk para saber mais!
A participação feminina no funk traz à tona importantes questões, como o empoderamento das mulheres, a luta contínua contra o machismo e a expressão da sexualidade. Apesar dos preconceitos enfrentados, as mulheres têm aberto diversos caminhos para que suas vozes possam ser ouvidas. Diante desses estigmas, foi criada a organização política “Frente Nacional de Mulheres no Funk”, que tem como objetivo combater comportamentos e pensamentos machistas presentes entre os homens na cena do funk.
Funkeiras que revolucionaram a história
Separamos uma lista com 7 funkeiras que desafiaram o preconceito por meio de suas músicas, letras, batidas e danças, contribuindo para que o funk se tornasse um espaço inclusivo para as mulheres e ganhasse reconhecimento. Confira!
MC Cacau
Claudia Mendes dos Santos, mais conhecida como MC Cacau, foi a primeira mulher a fazer carreira no funk. A pioneira desse estilo musical começou sua trajetória após participar de um concurso de rap em uma escola em Duque de Caxias, onde era a única mulher concorrendo e saiu vitoriosa.
Claudia começou a se apresentar em bailes e logo se destacou na cena. Em 1994, a Furacão 2000 a lançou como mestre de cerimônias e, a partir daí, ficou conhecida como “MC Cacau”. No mesmo ano a pioneira do funk iniciou um romance com MC Marcinho e juntos lançaram funks românticos que foram sucesso.
Tati Quebra Barraco
Tati Quebra-Barraco foi a primeira mulher a estourar um single no funk “Boladona” em 2004. Em uma época em que os homens dominavam o ritmo, Tati abriu caminho para que muitas outras mulheres pudessem ter visibilidade no gênero. Em suas letras, a cantora aborda temas como empoderamento feminino, independência, desejos sexuais e é considerada um ícone dentro do movimento.
Valesca Popozuda
Vocalista da Gaiola das Popozudas de 2000 a 2012, Valesca Popozuda é uma das precursoras do funk carioca. Foi a primeira vocalista feminina a alcançar grande sucesso em um grupo de funk, se destacando por letras que abordam temas feministas e sexuais. Músicas como “Late Que Eu Tô Passando”, “Agora Eu Sou Solteira” e “Quero Beijar a Noite Inteira” contribuíram para o êxito do grupo. Um ano após deixar o grupo, Valesca lançou o maior hit de sua carreira, “Beijinho No Ombro”.
Anitta
De Honório Gurgel para o mundo! A poderosa iniciou sua carreira na Furacão 2000. Na época, ela lançou várias músicas, como “Eu Vou Ficar”, que a fez ganhar o título de Revelação do Funk em 2011. No entanto, foi o single “Show das Poderosas” lançado em 2013 que a colocou em evidência em todo o Brasil.
Anitta é a cantora brasileira com maior destaque. A poderosa se destaca pela versatilidade, explorando diversos ritmos e linguagens em suas canções, levando a cultura do funk para além das fronteiras. Em apresentações emblemáticas como o VMAs, a final da Champions League e Lo Nuestro, ela ressaltou a cultura das periferias ao incorporar um pequeno “baile funk”. Para o primeiro semestre deste ano, Anitta tem como projeto de lançamento um álbum inteiro de funk, intitulado “Funk Generation“.
Ludmilla
Inicialmente conhecida como MC Beyoncé, ela conquistou destaque no funk ao lançar em 2012 “Fala Mal de Mim”, que foi um verdadeiro sucesso. Em 2014, assumiu seu nome de batismo Ludmilla e migrou para o pop-funk. Músicas como “Cheguei”, “Hoje” e “Sem Querer” a levaram ao sucesso nacional.
Ao longo de sua carreira, a rainha da favela se destacou em diversos ritmos, levando-a vencer premiações requisitadas, incluindo um Grammy Latino como “Melhor álbum de samba/pagode” com “Numanice 2”. Ainda neste ano a cantora se apresentará no Coachella, o maior festival de música do mundo.
MC Dricka
Considerada uma das principais MCs da nova geração, a rainha dos fluxos, como é conhecida, aborda o empoderamento da mulher através de suas músicas. Hits como “De 38 Carregado”, “E Nós Tem Um Charme Que é Dahora” e “Foi Bate Bate” são marcantes em sua carreira.
Em 2021, Dricka teve seu rosto estampado no telão da Times Square como parte de um projeto do Spotify, que visava valorizar o papel das mulheres na música. A cantora também conquistou o feito de ser a primeira brasileira indicada ao prêmio BET Awards, na categoria de “Melhor Novo Artista Internacional”.
Bibi Babydoll
Bibi Babydoll começou sua carreira no funk em 2018. Em 2023, lançou o hit “Automotivo Bibi Fogosa”, que fez sucesso na gringa, sendo destaque em 13 países: top 1 no Spotify da Ucrânia, ficou em terceiro e quarto lugar em Belarus e no Cazaquistão, e atingiu a 53ª posição no Brasil. Em julho do ano passado, “Automotivo” entrou para o ranking viral global do Spotify.
Outros singles, como “Onlyfans”, “BIBI PHONK BR” e “SANTINHA”, são também trabalhos da loira. Em suas músicas, Bibi aborda temas como sexualidade e o poder feminino.